
fonte: http://animalivre.wordpress.com/2008/03/03/90-anos-de-animacao-brasileira-5-anos-abca/
A produção de Cassiopéia foi dirigida pelo animador Clóvis Vieira e contou com uma equipe de 3 diretores de animação e 11 animadores, trabalhando em 17 microcomputadores 486 DX2-66. O primeiro modelo de personagem foi feito em um 386 SX de 20Mhz. O software utilizado foi o Topas Animator produzido pela Crystal Graphics.
Este filme de 80 minutos inaugurou uma nova fase do cinema, pois foi a primeira produção a estabelecer métodos, conceitos, sistemas, formas e linguagem dentro desta nova tecnologia, e despertou para o mundo a possibilidade de execução de um produto desta natureza. Isto torna o Brasil um país pioneiro do Cinema Virtual.
A produção de Cassiopéia começou em janeiro de 1992 com a modelagem dos ambientes e dos personagens, e com a criação da história e do roteiro. A partir de janeiro de 1993 foi iniciado o processo de animação. O trabalho de geração de imagens terminou em agosto de 1995. A trilha sonora foi completada em dezembro de 1995. A primeira cópia ficou pronta em janeiro de 1996.
A primeira apresentação pública de Cassiopéia deu-se em 1 de abril de 1996 na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, no Brasil, em duas sessões, uma às 10h30min para a imprensa e pesquisadores no cine Iguatemi, e outra para 700 convidados às 22h no cine Liberty.
A primeira sessão especial para crianças, deu-se no dia 11 de abril de 1996, na cidade de Curitiba capital do Estado do Paraná no Brasil para 261 alunos do projeto PIÁ (projeto de educação integrado da prefeitura desta capital) num programa elaborado pela Fundação Cultural de Curitiba.
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cassiop%C3%A9ia_(desenho_animado)
Piconzé é um menino do nordeste brasileiro disposto a tarefas difíceis. Sua namorada, Maria Esmeralda, é raptada por um bandido, Bigodão, e ele parte na sua expedição de caça. Ao lado dos amigos, o porco Chicão e o papagaio Papo Louro, Piconzé encontra criaturas nacionais, como o Saci Pererê e o Caapora, e internacionais, como um dragão importado diretamente do Oriente e bruxas sem nacionalidade certa. A tudo e a todos Piconzé sobrevive, fazendo justiça ao seu nome: é um "picão", espécie de carrapicho preto, em forma de agulha, que gruda na roupa e não sai com facilidade, simbolizando uma espécie de resistência.
A tarefa mais difícil de Piconzé, porém, simbólica também de todo o desenho animado brasileiro, ainda não foi ganha. Até o fim do ano, seus criadores vão disputar uma vaga entre as reprises de velhos desenhos importados e os preconceitos de um mercado que não tem a menor tradição de mostrar produtos brasileiros.
Paciência - "Piconzé", o segundo de desenho animado brasileiro em longa metragem a ficar inteiramente pronto, nos últimos vinte anos, reflete dramaticamente os resultados dessa falta de tradição Nakashima, 46 anos, o desenhista japonês que vive há quinze anos no Brasil e começou a criar "Piconzé" em 1967, e seu produtor João Luís de Araújo, 36 anos, dono de um estúdio que produz comerciais para a televisão, formaram uma equipe de trinta pessoas escolhidas depois de um anúncio no "São Paulo Shimbun", da colônia japonesa. Com uma paciência oriental, os 25 000 desenhos começaram a ser passado papel para o acetato em fins de 1968 e só ficaram prontos em maio de 1970. "Eu não quis fazer fundos pintados", explica Nakashima. "Preferi um fundo de colagem, que dá mais trabalho mas é mais criativo."
Assim, a equipe passou vários meses recortando revistas para criar o cenário da vida de Piconzé. Para as florestas, a equipe recortou avidamente anúncios de forros, bons para compor o tronco das árvores. Para o sapé que cobre as casas, o ideal eram anúncios de xampus: os cabelos de Jane Birkin, de um louro acastanhado, são agora a telhado de muitas cenas do filme.
À parte alguns problemas previsíveis (Nakashima, de tanta desenhar, pegou uma artrose no ombro) e outras imponderáveis (o guache não serve para colorir filme porque racha e exerce grande atração sobre as baratas, que comeram algumas partes do filme), "Piconzé" foi concluído num prazo e custo (400 000 cruzeiros) até "razoáveis", segundo seus produtores. "O Instituto Nacional do Cinema achou o filme maravilhoso", conta Araújo, "mas eles estão enganados se pensam que nossa experiência vai servir a outros desenhistas. Se não houver incentivos fiscais, o próximo desenho vai aparecer daqui a dez anos."
fonte: http://japao100.abril.com.br/arquivo/tracos-incertos/